Díli, Timor-Leste 27/09/2011 10:38 (LUSA)
Díli, 27 set (Lusa) – O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN), Mari Alkatiri, disse hoje que deve haver “algumas preocupações” com a segurança, mas sublinhou que o país mudou porque o seu partido garantiu paz e estabilidade ao Governo.
“Num país como o nosso, que passou por uma crise recentemente, é bom que haja algumas preocupações para que se possam tomar medidas de contingência caso haja qualquer coisa”, disse Mari Alkatiri, em declarações à Agência Lusa.
O secretário-geral da FRETILIN salientou, contudo, que o “país também mudou muito desde 2006 para cá, particularmente desde 2007/2008, porque no fundo quem está a governar governou com uma situação de paz e estabilidade porque a FRETILIN garantiu essa paz e estabilidade”.
Para Mari Alkatiri, é fundamental que “os resultados eleitorais sejam respeitados e quem ganhar as eleições governe mesmo e que quem ficar na oposição continue a fazer uma oposição a favor da paz e da estabilidade”.
“Estando na oposição ou no Governo todos devem trabalhar no sentido de consolidar as situações absolutamente necessárias para o arranque e desenvolvimento do país”, referiu.
“Àqueles que usaram a violência em 2006 como instrumento político e que agora estão no poder é que só peço que continuem a ser coerentes e que não voltem a fazer o mesmo que fizeram em 2006 e 2007 caso venham a perder as eleições em 2012”, disse, sem referir nomes.
Mari Alkatiri sublinhou não acreditar que “haja clima para isso”.
“Não acredito que haja condições objetivas para se fazer isso porque o povo está cansado de violência, o povo está cansado de conflitos, o povo quer um conflito saudável com competição a nível político e com valores democráticos”, disse.
As eleições legislativas e presidenciais realizam-se em 2012.
Alkatiri disse ainda que o seu partido concorda com a saída da Missão Integrada da ONU e das forças australianas e neo-zelandesas no final do próximo ano.
“Achamos que em dezembro de 2012 não só as forças das Nações Unidas, como as forças de paz australianas e neo-zelandesas devem deixar o país e deixar que o país se governe por si próprio na área da defesa e da segurança”, afirmou.
Mas, segundo o secretário-geral da FRETILIN, para “que isto aconteça é preciso que todos os timorenses saibam ter uma postura de cidadãos de um país independente”.
Alkatiri salientou que esta saída deve ser feita com um “certo cuidado”.
“É bom que o novo Governo confirme esta assinatura. Porque quem assinou agora restam-lhe poucos meses no poder,” disse.
O Governo, a Presidência da República e a ONU assinaram na semana passada o Plano de Transição, que prevê o fim da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste.
Segundo o plano, cabe ao novo Governo, a eleger em junho de 2012, decidir sobre o tipo de missão das Nações Unidas presente no país a partir de 2013.
MSE.
Lusa/Fim
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